- Alex Reissler
- 27 de dezembro de 2023, às 16:55
É um dos chamados de suporte mais comuns e frustrantes para qualquer Gestor de TI: "A VPN está insuportavelmente lenta". A reação imediata é culpar o link de internet do usuário em home office ou a banda do Data Center. Mas, na maioria das vezes, o gargalo não está na velocidade do link, mas na arquitetura da conexão.
Muitas empresas, na pressa de habilitar o trabalho remoto, adotam uma solução de VPN "tamanho único". O problema é que, em arquitetura de rede, não existe "VPN" como uma entidade única. Existem diferentes protocolos de tunelamento, e usar o protocolo errado para a tarefa errada é a receita para criar latência, overhead e gargalos de performance.
Se sua equipe reclama de lentidão, é provável que você esteja sofrendo com o debate técnico mais clássico do acesso remoto: IPsec vs. SSL VPN.
Vamos dissecar tecnicamente por que eles não são intercambiáveis e como a escolha errada está custando a performance da sua equipe.
A SSL VPN (cuja implementação mais famosa é o OpenVPN) é a heroína do home office.
O Cenário Ideal: Client-to-Site. Ou seja, o notebook do seu colaborador (o client) conectando-se à rede da empresa (o site), de qualquer lugar do mundo.
A Mágica Técnica (A Vantagem): A SSL VPN encapsula o tráfego de rede dentro de um túnel SSL/TLS e o envia pela porta TCP 443. Por que isso é genial? Porque a porta 443 é a mesma porta usada para navegação segura (HTTPS). Qualquer firewall de hotel, aeroporto ou rede de cliente que bloqueasse a porta 443 simplesmente "desligaria" a internet. Por isso, ela é 100% compatível e flexível.
O Custo da Flexibilidade (A Desvantagem): A performance.
Overhead "TCP-sobre-TCP": Este é o principal culpado pela lentidão. O tráfego dentro da VPN (ex: acesso a um sistema) já é TCP. A VPN o encapsula dentro de outro túnel TCP (a porta 443). Quando um pacote se perde (o que é normal na internet), ambos os "TCPs" tentam corrigir o erro, criando retransmissões redundantes e uma queda drástica de velocidade.
Processamento em User-Space: Diferente do IPsec, a criptografia SSL geralmente roda em user-space (nível de aplicação), exigindo mais CPU do notebook do usuário e do servidor VPN, em vez de usar aceleração de hardware dedicada.
Em resumo, a SSL VPN é fantástica para garantir a conexão do usuário em home office, mas é inerentemente mais lenta.
O IPsec (Internet Protocol Security) não é um protocolo, mas um framework complexo que opera diretamente na Camada 3 (Rede) do modelo OSI.
O Cenário Ideal: Site-to-Site. Ou seja, interligar redes inteiras. Pense em conectar a sua Matriz com a sua Filial, ou o seu Data Center on-premise com a sua infraestrutura na nuvem da Macromind.
A Mágica Técnica (A Vantagem): Performance bruta.
Aceleração de Hardware: O IPsec (com seus protocolos ESP/AH e negociação IKEv1/v2) foi desenhado para ser processado por hardware dedicado (ASICs) presentes na maioria dos firewalls e appliances de rede.
Baixo Overhead: Por rodar na Camada 3, ele tem um "envelope" (cabeçalho) muito mais leve que o SSL VPN, resultando em maior throughput (vazão) e menor latência.
A Armadilha da Rigidez (A Desvantagem): Compatibilidade. O IPsec usa portas de rede fixas e conhecidas (UDP 500 para ISAKMP e UDP 4500 para NAT-T). Firewalls de redes públicas e hotéis adoram bloquear essas portas como medida de segurança. Tentar forçar um usuário em home office a usar IPsec é um pesadelo de suporte técnico, pois a conexão vai falhar constantemente.
O problema, portanto, não é "IPsec vs. SSL". O problema é usar um no lugar do outro.
Tentar usar SSL VPN para ligar sua Matriz à nuvem Macromind é um erro de arquitetura que vai gerar alta latência e baixo throughput para todos os usuários.
Tentar usar IPsec para o seu time de home office é um erro de suporte que vai gerar dezenas de chamados de "não consigo conectar".
A arquitetura de rede inteligente, que implementamos na Macromind, é híbrida:
Para Conexões de Infraestrutura (Site-to-Site): Configuramos túneis IPsec robustos entre os gateways (Firewall da Matriz <-> Gateway da Nuvem Macromind). Isso garante performance máxima, baixa latência e estabilidade para a comunicação entre servidores.
Para Acesso de Usuários (Client-to-Site): Disponibilizamos um endpoint de SSL VPN (OpenVPN). Isso garante que seu colaborador consiga acessar a rede de qualquer lugar (flexibilidade), sem que a lentidão dele (causada pelo overhead do SSL) impacte a performance do backbone principal (que está em IPsec).
Sua arquitetura de acesso remoto não pode ser uma "gambiarra" funcional. Ela precisa ser performática. Se sua VPN está lenta, é hora de auditar sua topologia de rede. Você pode estar usando a ferramenta errada para o trabalho e sofrendo com um gargalo que uma simples reconfiguração de arquitetura resolveria.
A Macromind é especialista em desenhar e implementar arquiteturas de acesso remoto híbridas, garantindo a performance que seu negócio exige e a flexibilidade que seu time precisa.
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